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     29/04/2024            
 
 
    
 
Diversas características das forrageiras tropicais favorecem sua utilização em Integração Lavoura-Pecuária (ILP) como: crescimento mais lento na fase inicial com menor competição com a cultura associada; maior tolerância à acidez e ao alumínio tóxico; sistema radicular mais profundo, que confere maior tolerância à seca e maior reciclagem de nutrientes; boa tolerância ao sombreamento apresentado por diversas cultivares.
 
Cada forrageira apresenta vários atributos agronômicos que possibilitam a escolha de locais mais apropriados para o cultivo. Os diferentes fatores ambientais afetam de forma diferenciada cada forrageira, sendo que alguns podem ser modificados ou corrigidos, de acordo com o objetivo do sistema de produção, como a correção e adubação, irrigação, semeadura e os ajustes no manejo.
 
Nos sistemas em áreas de Cerrado e outras regiões mais quentes, as forrageiras do gênero Brachiaria apresentam bons resultados na ILP e as mais comuns são: Brachiaria ruziziensis cv. Kennedy, B. decumbens cv. Basilisk, B. brizantha cvs. Marandu, Xaraés, BRS Piatã e, mais recentemente, a BRS Paiaguás. Já as cultivares B. humidicola, por apresentarem estabelecimento lento e qualidade de forragem inferior, raramente são utilizadas, sendo que em algumas condições são semeadas em cultivos com arroz.
 
As forrageiras são cultivadas em consórcio com culturas como milho, sorgo e arroz ou em sucessão a culturas de verão, como a soja. O objetivo pode ser o de somente a produção de palha da forrageira, ou palhada, mais a cultura associada. Para essas situações, a mais adotada é a braquiária ruziziensis, também utilizada em pastejo. Quando se objetiva uma integração com produção animal, normalmente são usadas as demais cultivares de braquiária ou panicum. Dessa forma, a pastagem é inserida por um, dois ou mais anos visando à produção animal.
 
As braquiárias se caracterizam pela rusticidade e adaptação a solos de baixa fertilidade e ácidos, entretanto, respondem bem a melhorias na fertilidade e, portanto, apresentam altas produções em áreas com cultivos anuais. Além de serem facilmente estabelecidas, apresentam boa competição com plantas daninhas e efeito no controle de algumas pragas e doenças em cultivos com milho, soja e feijão. Pelo porte mais baixo, são de manejo fácil, tanto para pastejo quanto dessecação e plantio direto das culturas em sucessão. Elas estão aptas a todas as fases da criação, mas em ILP, com o cultivo em solos férteis, apresentam melhor qualidade e proporcionam resultados satisfatórios na recria e engorda de bovinos de corte e produção de leite.
 
Resultados recentes de pesquisa demonstram ainda que as braquiárias nos sistemas de ILP favorecem a produção de soja. Em anos normais, nos quais as condições climáticas não são restritivas, a produtividade da planta estabelecida sobre áreas de milho safrinha consorciado com braquiária é de 3 a 5 sacas/ha, maior que sem a presença do capim. Já em anos com restrição de chuvas, as diferenças tendem a acentuar. Nesses casos, a produção de soja semeada sobre palhada de milho safrinha consorciado com forrageiras pode ser superior em 8 a 12 sacas/ha em relação às palhadas de milho solteiro. Isso se atribui a melhor cobertura do solo com maior ciclagem de nutrientes. Também tem sido observado por produtores e pesquisadores que as áreas submetidas ao pastejo animal moderado, incrementam de 4 a 5 sacas/ha na produtividade da soja cultivada em sequência. O pastejo estimula o perfilhamento e o crescimento das raízes das forrageiras, bem como, a deposição de dejetos animais.
 
As cultivares de P. maximum são altamente produtivas e exigentes em solo e proporcionam bons ganhos de peso. As de maior destaque são Tanzânia, Mombaça, Massai e, mais recentemente, foram liberadas BRS Zuri e BRS Tamani. São adaptadas a solos bem drenados e exigentes em altas temperaturas, mais de 30°C, repercutindo em altas produções de forragem de boa qualidade. Todas as fases da criação são indicadas, especialmente na recria e engorda de bovinos e produção de leite. São facilmente estabelecidas em consórcio ou sucessão de culturas anuais, entretanto, apresentam maior competição com culturas, como milho e sorgo, sendo necessária a aplicação de herbicidas que reduzam o seu crescimento na fase inicial da cultura. De manejo mais difícil e, na ILP, devem ser utilizadas preferencialmente em pastejo por dois ou mais anos antes do retorno da cultura de grãos. É necessário ajustar o manejo de forma a ter um relvado apropriado para dessecação e plantio da cultura anual subsequente.
 
Do gênero Andropogon são utilizadas as cultivares Planaltina e Baeti. As duas são tolerantes à seca e altamente resistentes às cigarrinhas, mas são atacadas por formigas. São usadas nas fases de cria, recria e engorda e o cultivo é mais comum nos estados de Goiás e Tocantins. A espécie, dentre as forrageiras mais comuns, é a que mais se presta para consorciações com leguminosas. Por ter crescimento inicial lento, não compete com culturas anuais e pode ser estabelecida com milho e arroz, mas raramente é utilizada em ILP.
 
As diversas cultivares do gênero Cynodon são exigentes em solos de boa fertilidade e se caracterizam por serem mais adaptadas às condições mais frias. Produzem forragem de boa qualidade e são mais utilizadas para desmama de bezerros e engorda. Também são muito usadas para produção de leite e para equinos. As plantas são estabelecidas por mudas nas entrelinhas da cultura do milho ou em sucessão a essa ou outras culturas.
 
É importante ficar atento à escolha da forrageira para incluir na ILP, com o intuito de atender os objetivos da produção, pois essas devem ser manejadas visando atender à produção animal e proporcionar boa palhada para os cultivos em sucessão.
 
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